Com quatro anos de existência, o Balaio Cultural de Tuparetama é hoje consolidado como o evento cultural mais importante da cidade com a solidez característica da resistência cultural do povo do vale do Pajeú.
Trata-se de um movimento representativo de diversos seguimentos culturais da cidade, bem como, ponto de intercâmbio com outros municípios da região do Vale do Pajeú, sendo difundido nos quatro cantos do país.
Considerando a dimensão e importância que tomou o Balaio Cultural recebo tristíssimo a notícia de que o prefeito da cidade cortou o apoio financeiro que o MUNICÍPIO dava para pagar o som, desde o seu surgimento há quase quatro anos.
Sem dúvida, esse ato não impedirá de o Balaio ser realizado e ter no seu palco os sempre fiéis e verdadeiros amigos da cultura, da poesia, e das artes, por ser um evento realizado de forma direta, sem ingerência política e sem palanque armado para nenhum partido, realizado de forma colaborativa por todos os munícipes e acima de quaisquer interesses individuais.
Pela afinidade geográfica, o Balaio Cultural é reconhecido hoje no Pajeú e no Cariri paraibano como genuíno produto do esforço e colaboração do povo de Tuparetama. É um patrimônio de todos. Representativo das mais autênticas formas de manifestação da cultura nordestina e o seu formato hoje está espalhado em eventos similares por todo o Brasil.
A decisão do prefeito de Tuparetama Deva Pessoa (PSD) é absolutamente contrária ao que vinha sendo praticado e defendido, também, pelo Ilmo. Sr. Tárcio Oliveira, Secretário de Cultura Município, quando no aniversário de dois anos do Balaio Cultural disse:
“O apoio que o poder público dá ao Balaio Cultural é importante e necessário como todo apoio que se dá a iniciativas voluntárias e democráticas, mas não é maior nem menor que o apoio oferecido pela comunidade, pelo público que comparece prestigia e aplaude, pelo comércio que patrocina, pelos artistas que se apresentam sem exigir cachês.
Entendemos também que não compete ao poder público fazer cultura. Cultura quem faz é o artista. Ao poder público compete apoiar, divulgar, fortalecer e ampliar as diversas manifestações, criações e reinvenções do povo através dos seus artistas. Jamais será da competência de um governo sério e democrático tentar impedir ou prejudicar iniciativas que beneficiam a comunidade.
A cultura é nossa alma, nossa riqueza maior e nossa identidade. A Cultura não tem nem pode ter partido político ou palanque eleitoral. Quanto mais iniciativas como o Balaio Cultural nós tivermos em nosso município, melhor será. Assim como o Balaio, qualquer outro evento que possa surgir da iniciativa dos artistas e da comunidade será sempre bem-vindo. Como o disse o prefeito Dêva Pessoa, nós queremos somar e multiplicar e não dividir ou diminuir.
Por fim saudamos e parabenizamos todos os artistas, idealizadores e organizadores do Balaio Cultural por estes dois anos de permanência e resistência.”
Tuparetama, 14 de janeiro de 2013.
TARCIO OLIVEIRA
É de causar profunda estranheza, ainda, essa mudança de comportamento do Secretário de Cultura do Município, totalmente alheio e ausente durante esse recente bloqueio do apoio do poder público municipal a realização do evento. Um posicionamento nitidamente contrário ao discurso de quando assumiu a pasta de cultura dois anos atrás.
Num momento como esse em que o Nordeste sofre com tantos preconceitos exibidos nas redes sociais, com tanta divisão política no país e apedrejamento moral das instituições públicas é inadmissível que um prefeito de uma cidade encravada no coração do sertão nordestino adote uma postura absurdamente contrária à defesa do patrimônio cultural do município dessa forma.
Essa perseguição política contra o Balaio Cultural é um equívoco, porque é uma perseguição política contra todo o povo de Tuparetama. É uma perseguição política contra todo o povo do Pajeú e Cariri e é uma perseguição política contra todo o povo Nordestino.
Sobre esse corte de verbas para o Balaio Cultural eu disse:
Prefeito seu desaprovo
É contra toda a cultura
Que a verba da prefeitura
Não é sua, ela é do povo.
O seu proceder é novo
Descumprindo o prometido
Mas, o povo perseguido
Não aprova a covardia
De ser contra a poesia
"Cultura não tem partido"*
Pedro Torres Filho, poeta e advogado.
*Mote de Fernando Marques
Fonte da citação do Secretário de Cultura: Blog Tárcio Viu Assim
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