Criador do 'Bode Gaiato' faz Enem e espera questões sobre redes sociais
quinta-feira, 6 de novembro de 2014 Por: Grupo Roma Conteúdos

As novas tecnologias da informação e comunicação são uma realidade nas relações sociais contemporâneas e contribuem para uma maior integração das pessoas. Quem é nordestino, por exemplo, já deve ter se divertido bastante e compartilhado entre os amigos as tiras do Bode Gaiato, perfil criado no Facebook, em 2013, pelo pernambucano Breno Melo, 21 anos. Ele fará no próximo fim de semana o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela terceira vez e sabe que a página dele tem tudo a ver com temas que podem ser cobrados em questões na área de ciências humanas, linguagens, códigos e suas tecnologias.

Breno Melo criou a página em janeiro de 2013, aos 19 anos, e logo virou sucesso com as histórias do bode "Junin". A página pulou de 800 mil seguidores em maio, quando o G1 entrevistou o criador do perfil pela primeira vez, para quatro milhões, em novembro deste ano.

Breno terminou o ensino médio em 2010, quando fez o Enem por experiência e tirou 636. Em 2011, fez a prova pra valer e tirou 633, o suficiente para conseguir uma vaga no curso de engenharia elétrica na Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba.

Sem tempo para estudar, largou o curso ainda no segundo período. “Engenharia requer dedicação total, e a página e outros compromissos relacionados a ela estavam me tomando muito tempo, então achei mais vantajoso dar mais atenção ao Bode”, explicou.

Agora, Breno fará o Enem pela terceira vez para conquistar uma vaga no curso de publicidade. “O envolvimento com a área, ao administrar a página, me fez gostar e querer me profissionalizar”, apontou.

Ele confessa que não estudou para a prova. “Eu vou fazer o Enem para ver o meu desempenho, acho que tenho uma base boa sobre o que aprendi na escola. Quem sabe, se a nota for boa, posso tentar um Sisu [Sistema de Seleção Unificada] ou Prouni [Programa Universidade para Todos] e não precisarei pagar por uma faculdade particular”, disse.

Breno gasta uma média de cinco horas diárias para cuidar da página, mas garante que se dedicará aos estudos. “Acredito que o Bode vai render por algum tempo ainda, o site será lançado esse mês. Mas quero fazer [o curso] para assegurar o futuro mesmo, é importante ter um curso superior. Além disso, pretendo abrir uma agência de publicidade. E também já fiz um curso de DJ, pretendo começar a tocar também”, contou.

O jovem acredita que a temática das redes sociais pode ser cobrada no exame. “Acho que pode ser abordada através da influência que elas têm hoje em dia, a exemplo dessas eleições, que foi praticamente a primeira em que grande parte da população teve acesso à rede social”, disse. Breno, inclusive, disse que já recebeu provas que usaram tiras do Bode Gaiato, enviadas por fãs do personagem.

O professor de filosofia e sociologia Fábio Medeiros aborda outra dimensão das redes sociais que pode ser cobrada no Enem. "No campo sociológico, as redes sociais criam novos hábitos culturais, com rápida transmissão de informação, o que pode gerar relações secundárias, para não dizer superficiais. Mesmo com esse contato menos próximo, as redes, por outro lado, têm um grande poder de mobilização, que a gente pode ver nas manifestações do ano passado e nas campanhas presidenciais deste ano. São assuntos que podem aparecer em questões”, comentou.

Grupo Roma Conteúdos

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