Infidelidade partidária marca eleições na PB
Uma das marcas das eleições gerais deste ano é a infidelidade partidária, desde o pleito para a Presidência da República, passando pela disputa aos governos estaduais, Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Na Paraíba, os candidatos protagonizam flagrantes explícitos da falta de lealdade aos seus partidos e coligações. Para o cientista político Fábio Machado, o descompromisso com a aliança é motivado pelo instinto de sobrevivência, oportunismo e carência de ideologia partidária. Por sua vez, o procurador regional eleitoral, Rodolfo Alves, ressalta que, em caso de infidelidade partidária, em razão de eventual descumprimento de orientação interna, “não existe ação a ser ajuizada pelo Ministério Público”.
Um dos casos polêmicos envolve o deputado estadual Frei Anastácio (PT), candidato à reeleição. O seu partido decidiu na convenção se coligar com o PSB na Paraíba, liderado pelo governador Ricardo Coutinho, que disputa um novo mandato. A direção nacional do PT chegou a entrar com uma ação na Justiça, defendendo a aliança da legenda com o PMDB, que tem como candidato ao Palácio da Redenção o senador Vital do Rêgo Filho. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) só reconheceu a aliança do PT com o PSB, os quais integram a coligação “A Força do Trabalho”.
Ferrenho opositor do governo na Assembleia Legislativa, desde fevereiro quando se pronunciou através de nota junto às direções nacional e estadual da legenda num sentido de formalizar uma aliança PT e PMDB já no primeiro turno, Frei Anastácio entendia a importância da união dos partidos para dar à presidente Dilma Rousseff um palanque próprio no Estado e fortalecer os dois partidos em nível estadual. “Eu e a maior parte da militância petista vamos apoiar Vital, por entender que é o melhor para a Paraíba, pois é o candidato da presidente Dilma Rousseff que está fazendo de fato campanha para Dilma”, afirmou o petista.
A polêmica chegou ao guia eleitoral. Quando da sua participação no programa gratuito, Frei Anastácio apareceu na tela com o número e o nome de Ricardo Coutinho. Ele acionou a Justiça Eleitoral para excluir a participação do governador, mas a juíza da propaganda eleitoral, Antonieta Maroja, negou o pedido. Os advogados do deputado vão recorrer da decisão. A direção estadual do PT na Paraíba, no entanto, decidiu não retaliar Frei Anastácio. (Jornal da Paraíba)
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