Propaganda de outdoor reabre debate sobre turismo sexual na Copa
A pouco mais de um mês do início da Copa do Mundo, um outdoor que insinua uma mulher praticando sexo oral em um jogador gerou polêmica e suscitou a rejeição do governo e de várias ONGs que consideram que este tipo de iniciativa representa um passo atrás na luta contra o turismo sexual.
A propaganda, colocada em algumas das principais rodovias de São Paulo, foi lançado pela Boate Bahamas, que funciona com a licença de "hotel e serviços pessoais", uma das maiores da cidade a fim de promover o local perante a chegada de turistas durante os jogos.
A ONG Plan, que há décadas luta contra a exploração sexual no Brasil, ressaltou que este tipo de publicidade associa a imagem do país ao sexo e destrói os esforços para combater o turismo sexual.
"Este tipo de publicidade dificulta a luta contra o turismo sexual. É o tipo de propaganda que não queremos. Está em jogo a imagem do país. Estamos trabalhando pela prevenção contra o turismo sexual e estas ações destroem nossos esforços", afirmou à Agência Efe a diretora nacional da ONG, Anette Trompeter.
O Ministério do Turismo também se posicionou,e ressaltou em resposta à Agência Efe que a propaganda "vai em sentido oposto ao da política de promoção nacional do país realizada pelo governo".
Oscar Maroni, proprietário da Boate Bahamas e responsável pela publicidade em que se vê uma mulher, sentada em uma bola de futebol, com a blusa levantada e um short jeans abaixando o calção de um jogador, disse à Efe que "falar de turismo sexual é moralista e vai contra a sexualidade".
Na opinião de Maroni, "o governo deve se preocupar mais em combater a exploração sexual infantil nos arredores dos estádios", do que com o turismo sexual que chega aos clubes.
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